sábado, fevereiro 12, 2005

Dizer não é uma arte

Dizer não, não é uma tarefa fácil. Não, não tô falando em dizer "não" quando se tem motivos claros e objetivos pra fazer isso, quando não se tem outro jeito ou outra saída. Tô falando em dizer "não" quando não se tem razão (aparente) pra dizer "não", quando essa palavrinha de três letras pode nos colocar numa enrrascada das grandes, em situações delicadas e comprometedoras . Quando a gente sabe que o "não" vai doer. E vai doer muito. Em quem diz e/ou em quem ouve. (sim, pode ser um sofrimento coletivo, o que é ainda mais grave!). É nessas horas, no limite entre dizer "sim" e se salvar ou dizer "não" e se arriscar, que se reconhecem os Grandes Mestres da Negativa. Pessoas que, diferente do resto de nós, simples mortais, confusos, inseguros e indecisos, negam até sem falar nada, negam até dizendo "sim". Pela postura, pelas atitudes, pelo comportamento. Sim, porque existem milhares de maneiras de dizer "não", das mais suaves às mais duras e os Senhores do Não sabem fazer uso de cada uma delas com enorme talento e competência. Sem deixar margens pra dúvidas. É não e não. Pronto. Acabou a discusão e o assunto. Não adianta tentar convencê-los a mudar de opinião, não adianta insistir, nem implorar. Esses Cavaleiros Jedi têm uma força de vontade ninja e desafiá-los a um embate direto só vai levar você a um vazio existencial e à certeza de que qualquer esforço não vai ser completamente infrutífero. Acho que os Mestres do Não, deviam começar a dar palestras e cursos pra ajudar o resto da humanindade. Pessoas como eu, que ficam com o "não" na ponta da língua, mas na hora H acabam falando: "tá, tudo bem..." e ouve mentalmente a sirene tocando "peeeeeeeeeeen, resposta errada!"

Nesse momento, o meu maior problema é dizer "não" a mim mesma. Quando penso que me convenci, digo: "eeeeeeeeei, mas peraí..." E começo tudo de novo. Eita, menina teimosa.