sábado, janeiro 28, 2006

Assim, sem nuvens

É que meu dia teve dois sóis e ainda não anoiteci.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Nas pequenas coisas

Não tem jeito. Ele gira a chave da porta e abre um sorriso no meu rosto.

Azul daquela cor

A noite tem chegado de mansinho. E nessa hora do dia é inevitável sentir melancolia pelo que foi e pelo que não. E saudade. Saudade apesar de. Vindo pra cá, lembrei de passeio na Rua da Aurora que terminou com conversa dessas que doem. Lembrei que mostrei o céu no azul exato ainda mais bonito do que nas outras tardes todas. Vai ver que era um preságio e eu nem sabia.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Volta

E foi estranho voltar. Encontrei tudo fora do lugar. Descobri que quem tava fora do lugar era eu. Fiquei ali, parada. Olhando pros papéis, mexendo no computador. Perdida num lugar que era meu. O que é que eu tava fazendo ali? O que sempre estive fazendo ali? E isso era pergunta e resposta.

Ainda ontem

A gente acordou depois das 10h, imaginando se não era tarde demais, imaginando se eles viriam mesmo. Vieram. E teve festinha na piscina. Sol, calor e cerveja. Tudo assim: muito. Ele ficou tão feliz e isso foi bonito de se ver, porque nunca mais. Senti tanto amor e vontade de pra sempre, de vida reta e simples, de me sentir em casa e achar que não existe lugar melhor. Aí, era um tal de sorriso indo e vindo, beijo e abraço. E ele me perguntando se eu tava gostando e eu pensando que não havia jeito de não gostar. Depois, feijoada delícia e fotos, muitas fotos. Momento Briza-na-berlinda e frio na barriga. Mas, acho que me saí bem porque na sequência ouvi elogios e confissões. Garganta aperta e não, não vou chorar. O tempo todo aqueles olhinhos em mim. Cuidado e carinho. Eles foram pra Olinda porque já é Carnaval e porque viajam semana que vem. Eu e ele, cama e preguiça. Dia feliz.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Aline Jobim


Porque o abraço dele era porta fechada do quarto. Blindado. E nem todas as armas e armadilhas podiam alcançá-la dentro daqueles braços. O mundo e o medo ficavam lá fora. E os pensamentos que sussurravam ameaças ao pé do ouvido iam silenciando a cada batida do coração. Dele, que era dela. Quando algum sentimento perigosamente falava mais alto, ela o apertava ainda mais forte, como se tentasse atravessar de uma pele pra outra e deixar a sua vida ali perdida na dele.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Hoje

Café da manhã na padaria. "Vai logo, que a moça tá avexada". Ele me dizendo que devo cuidar mais de mim e deixar o resto pra lá. O resto pra lá, então. Karina Buhr passando perto do Forte das Cinco Pontas. Eu lembrando dela e achando graça da pequenice do mundo. "Louça no café, José no portão. Do lado de cá, não tem solução". Parada pra pegar filme. Parada pra comprar comidinhas gostosas. Leitura à beira da piscina. Vozinha doce e sorrisos indo e vindo pelo telefone. Sol aparece e mergulho. Penso que não deu pra ensiná-la a boiar. Penso que não deu pra um monte de coisas. Páro de pensar e derreto. "Tem eu panela de pressão"

terça-feira, janeiro 10, 2006

Constatação

Nem sempre o fim das coisas é uma notícia ruim. Dessa vez, não é. Tiro uma tonelada das costas e caminho mais leve. Olho outra vez pra margem do rio e gosto do que vejo. Tudo cheio de amanhecer. Um sol inteirinho nascendo aqui dentro, junto com aquele sorriso que começa nos olhos. Eu trancada no quarto, tentando montar quebra-cabeças e chorando de angústia, acabou. Não, não existe mais. Doeu. Porque a consciência da finitude das coisas, dói. Mas também alivia, abre portas e janelas. Agora, vai.

terça-feira, janeiro 03, 2006

Ah, se você...

E eu podia falar de todas as coisas que ando pensando e sentindo, mas você não ia entender, porque nem eu. E porque você, você tá em outro país, flanando. E nem se eu ficar na ponta dos pés consigo alcançar. Não. Nem assim. Porque antes de chegar até você, tenho que passar por. E isso, meu amor.. Isso, nem meu amor. Aí, fico grudada no chão. Não consigo me mexer. Nem ir, nem voltar. Se pensar bem, não há mais pra onde. A cidade inteira cabe num apartamento que e é tão pequeno, mas tão pequeno. Abro as janelas, todas e espero.