sexta-feira, agosto 17, 2007

Hoje

Acordei de verdade e a verdade é que eu não tô sonhando.
Isso é mesmo o que chamam de vida.
E tá acontecendo pra valer.
Dá pra gente se distrair olhando pro lado de lá não.
Não vale a pena e nem é bonito de se ver.
Parece que volto pro meu lugar, mesmo longe de casa.
Um lugar que é meu por direito e que elejo novamente todos os dias.
Coração tiquetaqueia num compasso mais tranquilo e quase danço.
Um alívio danado.
Porque pisei em ovos e machuquei os pés.
Mas, agora chega.
É tempo de decantar e separar o que serve do que não.
Paciência, coragem e fé.

Cada um vê com o olho que tem, aquilo que pode, o que lhe convém.

quarta-feira, agosto 15, 2007

Quarta-feira

São uns dias de aprender novos "não poder" e "ter que".
Vezenquando, nem parecem assim tão graves...
Principalmente, quando acordo e sinto o cheiro bom do cabelo dele.
Depois, vejo os meus e-mails e tem mensagem bonita de meu pai dizendo pra ter fé e força.
Pois tá certo.
.
Sempre fui até onde não dava pé, sem medo de me afogar.
Continuo sabendo nadar.

quarta-feira, agosto 08, 2007

Quase tanto faz

Parece que o tempo do ter que, acabou.
Podia falar do momento difícil e das complicações todas, mas sempre é um momento difícil com as complicações todas.
Em maior ou menor grau.
Pra ilustrar, nums escala de gravidade de 0 a 10, tô ali pelo 6.
Sobreviverei, é fato.
Portanto, não é isso.
É outra coisa que nasceu depois de uma conversa séria, que me deixou triste até a manhã seguinte.
Tentando ordenar a bagunça que as palavras fizeram aqui dentro.
E foi ali, exatamente ali, naquele dia, tarde da noite, que alguma coisa muito bonita e delicada se quebrou.
E soltei um pouco a mão e desviei um pouco o olhar.
Aí, no meio disso tudo médicos, exames e uma correria medonha porque as tais férias começam segunda e tenho montes de coisas pra fazer pra poder não fazer nada e passar dias felizes e bucólicos lá naquele outro país.
Um intervalo entre essa vida de agora e a de depois.
Porque é preciso mudar pra melhorar.
E dessa vez sou eu só comigo mesma.
E não posso mais sentar no colo dele e chorar toda dor.
Sinto falta e sinto medo.
Mas consigo, que eu sei.

Minha ex-casa agora tem cortinas laranja.

Nos últimos dias, vertigem.

Tão pra dentro, que às vezes acho que me perdi por lá.
Aceito bússolas e mapas.
Ela prometeu desenhar uma rosa dos ventos e eu espero.
Talvez, enfeite a minha pele um dia.
Talvez.
Porque não tenho mais certezas.
Conto nos dedos as que guardo comigo.
Não é tristeza, entendam.
É mais um ficar encostada ali no canto.
Parada. Pensando.
Só que sou pessoa de movimento e essa espera me consome.
Porque nem é espera.
É alguma outra coisa que não se nomeia.
Nada se nomeia por esses dias.
Tudo está, nada é.

Exausta.
Mas, vai ficar tudo bem.

terça-feira, agosto 07, 2007

Amuada

Há alguns dias já. Não é coisa de toda hora, mas é um aperto aqui dentro, mesmo quando tá tudo bem, mesmo nos momentos de amor e euforia. E eu queria te dizer isso. Mas, não posso. Porque tu vai me dizer que não precisa ficar triste. Como se fosse coisa de precisar, sabe? É não é. E eu até podia enumerar motivos, mas quero não. Tô cansada e não adianta. O exame que mais me preocupava, deu ok e senti um alívio maior do mundo. Liguei pra tu assim que soube, mas não consegui te falar. É ruim quando não consigo te falar. E as impossibilidades vão além das práticas. Aí, eu deixo pra lá. Tenho deixado muito pra lá, muitas vezes. E tu nem adivinha. Eu queria que tu me adivinhasse. Eu queria tanta, tanta coisa. Eu queria não ter que ir na médica hoje, nem ter uma razão a mais pra me preocupar. Penso que vai ficar tudo bem. De verdade. E vou fazer o que for preciso, seja lá o que for. Porque é assim que tem que ser. É assim que acho que tem que ser. Embora, eu saiba que não sei mais é de nada. E me espanta ver tanta gente tão cheia de certeza de tudo. Por enquanto, vou sorrindo assim como se nada. Mas, tô meio quebrada por dentro. Me consertando um pouquinho todo dia e me arrebentando outro tanto ali na frente. É da vida.

sexta-feira, agosto 03, 2007

O fato é que

A vida é uma gambiarra.

Dos segredos.

Ela não precisava ser salva. Mas, se ele tentasse, ela ia gostar.