quinta-feira, junho 11, 2009

23 de junho

E hoje o dia foi verde, que é a cor dele. Mesmo longe, mesmo sem poder dar abraço, bom dia, boa tarde e boa noite de aniversário. Aí, fico imaginando se ele ficou passeando por aí (que é lá), como fez nos últimos 7 anos e como deve ter feito outras tantas vezes antes. Coisa que nunca entendi bem, mas que é tão a cara dele. É ruim que só estar longe num dia assim, sabe? Quer dizer, acho ruim estar longe sempre, que sou pessoa que não sabe lidar com distâncias. Talvez, um dia, aprenda. Talvez. Mas, acho muito que não.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Tem esse aperto no peito e uma quase-angústia.

Das coisas sem nome, que eu podia chamar de. Mas é melhor não. Porque quando a gente enfeita o sentimento com letras, ele ganha uma concretude que é pra nunca mais. E eu tenho medo do que é pra nunca mais.

sexta-feira, setembro 21, 2007

Prestenção.

Quem nasceu pra manjericão, vira rosa é nunca nessa vida.

sexta-feira, setembro 14, 2007

Dia desses

Me peguei pensando se era mesmo bonito assim, grande assim. Porque aquela parte que não adultece é muito dada à fantasia. E enquanto pareço distraída no café da manhã, mato dragões, salvo princesas e espero o meu príncipe encantado. Vivo lá e cá. Às vezes mais lá, que cá. Escapei tantas vezes da realidade, que a imaginação virou segunda casa. Poderia morar lá. Mas, não quero. Me concentro nas paredes e no chão, nos pés e nas mãos. E tento com muita, muita força, não sair voando por aí. Aí, numa dessas idas e vindas, me deu medo de que não fosse mesmo necessário assim, precioso assim. Porque o meu desejo é que seja tão, que seja tanto.

E o que se quer, é o que é.

Eu disse pra ele que era saudade, Cristina.

Eu sempre digo pra ele que é saudade. Falei tantas vezes que já tava acreditando. Tive que passar por essa noite mal-dormida e acordar com a chuva no meu rosto, pra entender que não era. Esqueci a janela aberta, Cristina. Eu sei que tava nublado, mas preciso deixar as janelas abertas. Pois então. Acordei sentindo frio, fechei tudo, ainda fui lá no outro quarto ver se tava todo mundo dormindo e voltei pra cama. Quando deitei, tava tudo claro aqui dentro. De um jeito que eu tava já desacostumada. Porque é tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo. Mas, tanta. Esse ano tá sendo tão cheio de novidade, né? Às vezes, penso que não vou dar conta. Mas, vou. Porque não tem outro jeito. A gente sempre dá conta, né, Cristina? Reclama, reclama, mas segue em frente. Minha mãe diz que Deus dá o frio conforme o cobertor. Vai ver, é isso mesmo. Sabe que eu queria? Que as coisas deixassem de acontecer um pouquinho, só pr´eu respirar. Era bom, nera, Cristina? Aff... E sabe o que é mais engraçado? Há uns dois anos atrás, resolvi que era hora de mudar tudo porque minha vida tava muito parada. Vá entender, Cristina, vá entender.

terça-feira, setembro 11, 2007

Eu te escreveria uma carta, se pudesse.

Mas, esqueci como se faz. Te contei que a minha mão dói quando escrevo? Em compensação, digito sem olhar pro teclado. Quando descobri essa nova habilidade, fiquei muito contente. Foram dias e dias de tentativa, erro e acerto. E ria sozinha na frente do computador a cada frase terminada. Mas, voltando a tua carta, não sei mais escrever. O calo no meu dedo, agora é só lembrança da infância de caneta e papel. A minha letra vai ficando mais feia e ilegível a cada linha. Penso que é porque escrevo pra dentro, afinal. Pra mim. O que é uma pena. Porque tenho tanta coisa pra dizer pra tanta gente. Acho que se conseguisse te escrever uma carta, poderia te mostrar o que acontece lá dentro. No que chamam de alma, mas que não nomeio. Porque sinto que tu, entre todas as pessoas do mundo, me entenderia. Só não entendo porquê logo tu, entre todas as pessoas do mundo.

terça-feira, setembro 04, 2007

Do que nunca muda.

E ela também tinha cachos no cabelo e um ar de vocêpramiméinsignificante. Caminhava em minha direção e o meu coração tiquetaqueava no mesmo ritmo. Era mais velha, mais baixa e mais gorda, que aquela outra menina. E eu não sentia amor por ela. Mas, me assustei ao perceber aquele mesmo olhar de dois anos atrás, preso no rosto de uma outra pessoa. Parecia roubado. Encenado. E nem era. Porque é dessas coisas involuntárias. Fico imaginando se ela se deu conta de que era tão óbvia a confusão de sentimentos por trás do sorriso indiferente. Porque me irrita saber que os meus pensamentos desfilam livres enquanto tento guardá-los desesperadamente só pra mim. Numa caixa, numa bolha, atrás da pele. Senti pena. Quis dizer que não precisava. Porque queria muito que alguém tivesse me dito que não precisava. Mas, ia parecer provocação. E eu não quero ser aquela pessoa que espeta alfinetes em seu coração. Nem no dela. Nem no de ninguém mais. Porque sei o quanto pode doer. Fingi que nem percebi todo aquele baile de máscaras. E também devo ter dançado a noite inteira com a minha.

(Foi isso e só. Nem mais. Nem menos)

segunda-feira, setembro 03, 2007

Eu preciso

Ter menos medo, mais fé e uma margarida na varanda.
Aprender a respirar e parar de me autosabotar.
Aquietar meu coração que tiquetaqueia acelerado, assustado e confuso.
Deixar de viver como se tivesse um machado bem em cima da minha cabeça, prestes a cair e acabar com tudo a qualquer momento.
Ou, esquecer que ele está lá.

Também preciso deixar meu cabelo de uma cor só.
Porque é difícil ser loira, ruiva e morena ao mesmo tempo.

Boa segunda-feira pra vocês também.

sexta-feira, agosto 17, 2007

Hoje

Acordei de verdade e a verdade é que eu não tô sonhando.
Isso é mesmo o que chamam de vida.
E tá acontecendo pra valer.
Dá pra gente se distrair olhando pro lado de lá não.
Não vale a pena e nem é bonito de se ver.
Parece que volto pro meu lugar, mesmo longe de casa.
Um lugar que é meu por direito e que elejo novamente todos os dias.
Coração tiquetaqueia num compasso mais tranquilo e quase danço.
Um alívio danado.
Porque pisei em ovos e machuquei os pés.
Mas, agora chega.
É tempo de decantar e separar o que serve do que não.
Paciência, coragem e fé.

Cada um vê com o olho que tem, aquilo que pode, o que lhe convém.

quarta-feira, agosto 15, 2007

Quarta-feira

São uns dias de aprender novos "não poder" e "ter que".
Vezenquando, nem parecem assim tão graves...
Principalmente, quando acordo e sinto o cheiro bom do cabelo dele.
Depois, vejo os meus e-mails e tem mensagem bonita de meu pai dizendo pra ter fé e força.
Pois tá certo.
.
Sempre fui até onde não dava pé, sem medo de me afogar.
Continuo sabendo nadar.

quarta-feira, agosto 08, 2007

Quase tanto faz

Parece que o tempo do ter que, acabou.
Podia falar do momento difícil e das complicações todas, mas sempre é um momento difícil com as complicações todas.
Em maior ou menor grau.
Pra ilustrar, nums escala de gravidade de 0 a 10, tô ali pelo 6.
Sobreviverei, é fato.
Portanto, não é isso.
É outra coisa que nasceu depois de uma conversa séria, que me deixou triste até a manhã seguinte.
Tentando ordenar a bagunça que as palavras fizeram aqui dentro.
E foi ali, exatamente ali, naquele dia, tarde da noite, que alguma coisa muito bonita e delicada se quebrou.
E soltei um pouco a mão e desviei um pouco o olhar.
Aí, no meio disso tudo médicos, exames e uma correria medonha porque as tais férias começam segunda e tenho montes de coisas pra fazer pra poder não fazer nada e passar dias felizes e bucólicos lá naquele outro país.
Um intervalo entre essa vida de agora e a de depois.
Porque é preciso mudar pra melhorar.
E dessa vez sou eu só comigo mesma.
E não posso mais sentar no colo dele e chorar toda dor.
Sinto falta e sinto medo.
Mas consigo, que eu sei.

Minha ex-casa agora tem cortinas laranja.

Nos últimos dias, vertigem.

Tão pra dentro, que às vezes acho que me perdi por lá.
Aceito bússolas e mapas.
Ela prometeu desenhar uma rosa dos ventos e eu espero.
Talvez, enfeite a minha pele um dia.
Talvez.
Porque não tenho mais certezas.
Conto nos dedos as que guardo comigo.
Não é tristeza, entendam.
É mais um ficar encostada ali no canto.
Parada. Pensando.
Só que sou pessoa de movimento e essa espera me consome.
Porque nem é espera.
É alguma outra coisa que não se nomeia.
Nada se nomeia por esses dias.
Tudo está, nada é.

Exausta.
Mas, vai ficar tudo bem.