sexta-feira, setembro 14, 2007

Eu disse pra ele que era saudade, Cristina.

Eu sempre digo pra ele que é saudade. Falei tantas vezes que já tava acreditando. Tive que passar por essa noite mal-dormida e acordar com a chuva no meu rosto, pra entender que não era. Esqueci a janela aberta, Cristina. Eu sei que tava nublado, mas preciso deixar as janelas abertas. Pois então. Acordei sentindo frio, fechei tudo, ainda fui lá no outro quarto ver se tava todo mundo dormindo e voltei pra cama. Quando deitei, tava tudo claro aqui dentro. De um jeito que eu tava já desacostumada. Porque é tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo. Mas, tanta. Esse ano tá sendo tão cheio de novidade, né? Às vezes, penso que não vou dar conta. Mas, vou. Porque não tem outro jeito. A gente sempre dá conta, né, Cristina? Reclama, reclama, mas segue em frente. Minha mãe diz que Deus dá o frio conforme o cobertor. Vai ver, é isso mesmo. Sabe que eu queria? Que as coisas deixassem de acontecer um pouquinho, só pr´eu respirar. Era bom, nera, Cristina? Aff... E sabe o que é mais engraçado? Há uns dois anos atrás, resolvi que era hora de mudar tudo porque minha vida tava muito parada. Vá entender, Cristina, vá entender.