domingo, outubro 30, 2005

Porque é onde eu estou, agora.

Na casa preta e branca tem almofadas coloridas, rede na varanda e cortina com smile no banheiro. Tem coração rosa de malha com bolinhas de isopor, rádio em forma de sapinho e luminária vermelha. Na casa preta e branca, a gente acorda cedinho pra nadar, assiste os melhores filmes com pipoca de microondas e almoça lasanha aos domingos. Das de verdade. Na casa preta e branca tem colo, cafuné e sorriso por tudo que é lado. Tem música da boa, a gente cantando e dançando. Na casa preta e branca tem pedido de fica mais um pouquinho, tem vontade de ficar mais um pouquinho e tem abraço de saudade na hora de ir embora.

sexta-feira, outubro 28, 2005

Dos capítulos tantos.

Você olhou pra trás no exato momento em que comecei a contar, quase em silêncio: 10, 9, 8, 7... E você gritou e me chamou de filha da puta e num só fôlego acabou com a distância impossível que existia entre a gente. Na força do encontro, seu abraço doeu. Chorei pra sempre toda a espera, toda a angústia, todo o meu não saber o que fazer com esse amor. Aí, a sua boca mordeu a minha tristeza e arrancou um sorriso à força. Fui feliz.

sexta-feira, outubro 21, 2005

Dos defeitos. Meus e dos outros.

Eu tenho ciúmes. Ponto. E se me disserem - mais uma vez - que este é um sentimento egocêntrico e castrador vou ter uma crise de riso. Porque quem aqui não for egocêntrico e castrador nesse sentido, que levante a mão e prove o contrário. Du-vi-do. Eu até admito ser egocêntrica e castradora, mas desonesta com os meus sentimentos, não sou não. Mesmo com os feios, que são tantos. Mas, não se preocupe. É ciuminho bobo, fogo de palha, vai embora assim como veio: vrum! E se faz mal a alguém, esse alguém sou eu. Posso conviver com isso.

Hoje tive dia assim: foda. Dia de querer uma coisa e bater o pé pra conseguir. E nem era coisa tão desejada assim... Mas é que não peço muito e acho injusto me negarem o pouco que quero. Aí, faço birra. Sim, sim, também sou infantil. Aí, cheguei em casa exausta, deitei e dormir. Acordei agora com telefone tocando e convite pra visitar a casa lilás. Huuuuum... Preguiça. Melhor esperar ele chegar, deitar no colo e desfiar o rosário de queixas de dia difícil pra ganhar consolo. E por falar em consolo, não tem melhor que saber que amanhã é sábado e eu vou poder dormir até.

sábado, outubro 15, 2005

...

Acordei em cima da hora, porque sempre acordo em cima da hora, porque sempre preciso dormir mais um bocadinho... Aí, a gente tomou banho, troucou de roupa, comeu rapidinho e foi pro cinema. Filminho assim, assim. Almoço total de delícia. Momento menina perdida na papelaria e agora já posso mandar aquela carta azul. Parada na locadora e constatação de que sempre pego mais filmes do que posso ver, assim como compro mais livros do que posso ler. Supermercado. Queria fazer minhas compras pela Internet... É que acho tão, tão chato! Acho que é por isso que sou a pessoa que faz supermercado mais rápido que conheço (não poder gastar muito também deve contar...). Embora, não tenha ido ao supermercado com tanta gente assim pra ter como referência. Enfim... Casa! E cama. Mais filme. Filme até agora. Mas nenhum que valha a pena colocar na listinha daqueles que se deve assistir. Agora é esperar. O telefone tocar ou ele chegar. Espera boa. Mas, não deixa de ser espera. E, espera, vocês sabem...

quinta-feira, outubro 13, 2005

Dia das Crianças feliz

É que ontem Valentin tomou conta do meu coração de tal forma, que esqueci de dizer que tive Dia das Crianças Feliz. Teve visita à Bienal de Livros com Tutu, com direito a suspiros (de comer) no caminho. Horas e horas zanzando (porque achei bonito quando ela disse que gosta de ficar zanzando na cozinha, enquanto as pessoas fazem comidinhas gostosas) no Centro de Convenções. Tive medo do nome dos livros infantis. Não encontrei nada assim novo, nem nada assim barato. Fiquei com pé doendo. Mas, gosto de passeio. Além do mais, tinha que ir, vocês entendem... Voltei pra casa e teve sessão cineminha e preguiça. Tentei barganhar massagem, mas não deu certo. Em compensação, ganhei sanduíche total de delícia. Minha mãe apareceu de surpresa (Saudade é mal de família). Teve voltinha pela cidade, parada no Paço, língua queimada com café e exercício de resistir à tentação na Cultura. Encontrei também meu pai e foi quase uma reunião familiar. Sugeri presentes e eles riram como se fosse piada. Família bem-humorada, às vezes é foda. Antes de dormir, ligação interurbana dessas longas, porque preciso de notícias de quem eu amo, e uma demora danada pra pegar no sono, depois de dia cheio. Ufa.

segunda-feira, outubro 10, 2005

Ausente

É que, às vezes, mesmo estando no centro, você se sente fora.

sexta-feira, outubro 07, 2005

Nothing's wrong when Molly smiles


Porque depois de um dia daqueles, ela liga e diz: "não sai daí, que eu tô chegando". Eu pergunto: "Tu tá onde?" e ela repete, já morrendo de rir, como profunda conhecedora da minha impaciência: "não sai daí, que eu tô chegando". Arrumo as minhas coisas e fico mexendo no computador pra matar o tempo. Minutos depois, ouço a gritaria lá fora. Me despeço do pessoal porque sei que ela, porque ninguém mais poderia fazer uma bagunça daquelas. Saio e ganho abraço melhor do mundo, desses onde a gente cabe direitinho, desses de onde não se quer sair nunca mais. Depois, começo a falar apressada pra resumir as novidades de meses inteiros. E ela ouve atenta, pra não se complicar com tanta gente nova, com tantos novos acontecimentos. Prometo e-mail detalhado com nomes, datas e lugares. Talvez, precise fazer info-gráficos... E a gente morre de rir. Porque a gente morre rir. Não tem jeito. E ela diz que tava com muita saudade disso tudo e eu penso o mesmo, mas não digo nada, porque não é preciso. Ela sabe. Porque ela... Sabe?

"Though we're apart, she's a part of me
Molly smiles with the dawn
Molly smiles and she radiates the glow around her halo
When she plays, Molly smiles
On a summer day, Molly smiles
A new day, Molly smiles
When I come home, Molly smiles with the dawn
Molly smiles and she radiates the glow around her halo
When she plays, Molly smiles
On a summer day, Molly smiles
A new day, Molly smiles
When the days have gone grey,
Nothing's wrong when Molly smiles"


quinta-feira, outubro 06, 2005

Da morte do pensamento

E a menina ficou ali parada, olhando a cidade refletida no rio. De cabeça pra baixo, exatamente como ela estava se sentindo. E o reflexo do que era estável se movia na água, ao sabor do mesmo vendo que brincava com seu cabelo. E quanto mais escuro ficava o céu, mais luzes se acendiam no Capibaribe. E os olhos da menina nadavam, indo e vindo no ritmo da correnteza até que todos os pensamentos morressem afogados.

segunda-feira, outubro 03, 2005

Definição

Acho que apatia é quando uma vontade bem, bem grande acaba cansando de tanto tentar acontecer e não conseguir.

Vazio tamanho

E um apartamento tão, tão pequeno, parece enorme sem ele.