quarta-feira, agosto 31, 2005

Histórias da Menina

E um belo dia, a menina descobriu que gostar podia ser quase uma brincadeira. E sorria, cheia de deslumbramento. Um sorriso sem fim, desses que não desgrudam do rosto. E o bom era ver o sorriso duplicado, repetido. Porque quando o menino olhava pra ela, virava espelho, um espelho que refletia a mesma menina, toda colorida.

segunda-feira, agosto 29, 2005

Desejo

Hoje, o que eu queria era desgrudar o meu querer de você. Bem devagarinho, pra não doer tanto.

quinta-feira, agosto 25, 2005

Deita aqui no meu colo, que eu vou te contar um segredo:

Quando você nasceu, a fada dos sentimentos, que é amiga daquele bicho que dá nome às coisas, soprou essas estrelas nos teus olhos. E é por causa delas que você vê tudo assim mais florido. É por causa delas que as suas ruas viram jardim. É por causa delas que os seus dias cinza têm mais cores. É por causa delas que a sua lua brilha feito sol. É por causa delas que a sua chuva vem sempre acompanhada de arco-íris. O encanto só tem um problema (Todo encanto tem um porém, você já deve saber...): só funciona de dentro pra fora... E é por isso que você não consegue perceber o tamanho da beleza que guarda atrás dos olhos...

sábado, agosto 20, 2005

Às claras

Essa noite, não escureceu.

sexta-feira, agosto 19, 2005

Dengo

E quando à noite faz frio, vou pra bem perto, bem perto, bem perto dele e peço abraço. E ele, ainda dormindo, passa o braço pela minha cintura e se aconchega. Vem pra bem perto, bem perto, bem perto. Aí, fico sorrindo com cara de boba, mesmo que já passe das 3:00 da manhã e saiba que no outro dia vou precisar levantar às 7h, mesmo sem dinheiro, mesmo achando que tá tudo uma merda, mesmo sem saber que porra fazer da vida, naquele instantinho sou toda felicidade e acho a coisa mais gostosa desse mundo dividir o cobertor.

Falta

E quando você não vem, parece que o dia fica faltando. Não consegue ser o que nasceu pra ser. É incompleto. É pouco. É quase. E eu sorrio. Disfarço o coração apertado e os olhos que insistem em te procurar onde quer que eu vá. É que você aqui dentro e só aqui dentro, às vezes, não é o bastante. Hoje, por exemplo, não foi.

quinta-feira, agosto 18, 2005

De pai pra filha (do meu, pra mim)

"Eu sempre vou te amar
(Minha filha)
Porque você é Briza,
Porque te admiro Muito,
Porque teu coração é muito Grande,
Porque tua sensibilidade é Enorme,
Porque tua bondade é Plena,
Porque tua luta é Brava,
Porque você é Superlativa,
Porque a você não é preciso pedir Perdão ...
Seriam tantos porquês. Não dá para falar todos...
Enfim, você é algo assim, é tudo prá mim,
É mais que pensei...
É mais que sonhei (Como diz a canção).
Obrigado pela felicidade e orgulho que sua declaração de amor me proporciona,
É um troféu de valor inestimável,
Ficará guardado no fundo do meu coração ao seu lado...
Minha maior alegria é pela sua grandeza.
Porque só os "Grandes de Coração" conseguem enxergar tanto nos tão simples...
Obrigado, Minha Menina Linda!"

Marcos,
16/08/2005

Porque ele leu o que escrevi no Dia dos Pais. E me telefonou aperreado, dois dias seguidos, pra saber se tinha chegado e-mail com surpresa bonita, bonita. Ô, pessoa que eu amo nessa vida!
Eu que agradeço a tu. Por isso, por tanto, por tudo.

terça-feira, agosto 16, 2005

Antes de agora

E era um tempo em que eu tinha mais tempo. E quando a tarde chegava melancólica, caminhava sozinha até à praia. Sem pressa. Porque não tinha pressa. Nunca tinha pressa. E meus olhos ainda conseguiam distrair o pensamento. Ainda era de fora pra dentro. A calçada terminava e começava o horizonte. Tirava a sandália e ia caminhando pela areia branca até chegar mais perto do mar. Sentia a água cobrir meus pés. Indo e vindo. Indo e vindo. Depois, sentava pra ver o céu mudar de cor numa festa azul, lilás e púrpura, com todas as suas nuances. Era bonito ver a cidade acender. Uma janela, duas, dez, todas. Milhares. E era hora de voltar pra casa, apressada. Porque o vento que vem do mar à noite é frio, de arrepiar até a alma e eu só podia me aconchegar em mim mesma. Não era o bastante...

segunda-feira, agosto 15, 2005

Para a menina Margarida

E quando eu penso nela, penso em flores, de todas as cores, um jardim inteiro. Porque ela é Margarida. E eu bem-a-quero. Pétala sim e a outra, também. Quando penso nela, penso também em estrelas. Essas que ela guarda atrás dos olhos. Porque ela é menina-vagalume que brinca de esconde-esconde. Depois, aparece e ilumina. E me faz sorrir mesmo no meio da noite mais escura.

Quando penso nela, penso em aquarela. Em lápis de cor. Em colar de contas. Penso em areia branca. Em vento no cabelo. Em ciranda à beira-mar. Penso em pôr-do-sol cor de rosa, mesmo sabendo que ela prefere lilás. Penso em banho morno. Em pés descalços. Em brigadeiro derretendo na boca, fazendo a gente fechar os olhos e lamber os lábios. Porque pra mim ela é assim: doce.

domingo, agosto 14, 2005

Pro meu pai. Porque não há outro homem.

Porque acordo e vou dormir sabendo que tem um cara que me ama incondicionalmente, apesar dos meus defeitos, falhas e faltas. E que me telefona todos os dias, todos mesmo, só pra saber se tô feliz e quanto "de zero a dez".

Porque basta chamar e ele tá aqui. Seja aqui, onde for. E ganho o melhor abraço do mundo e posso chorar em silêncio, sem precisar dizer nada. E ele me faz cafuné com a mão pesada que já conheço tanto e tão bem. E me sinto protegida e sei que nada de mau vai me acontecer.

Porque a única vez que o vi chorar foi por minha causa e aquela dor tão grande, fez meu sofrimento dar lugar a necessidade de superar. E ele tava ali, segurando a minha mão, me olhando com aqueles olhos atentos, até sentir que eu podia caminhar sozinha.

(Finjo que não sei, mas ele nunca foi embora... Só disfarça pra que eu me sinta mulher adulta e independente, sem saber que adoro ser menininha às vezes e não me preocupar com nada mais. Talvez ele também finja e, no fundo, saiba.)

Porque ele vive. De forma total e absoluta. E aproveita cada dia, como se fosse o único. E tem essa vontade, essa energia e esse amor à vida, que me foi concedido como herança. E porque me diz que a gente tem mais é que ser feliz e pra isso não existem regras. O que me dá coragem pra traçar meu próprio caminho, sem precisar rascunhar antes e passar a limpo depois.

Porque
se eu tivesse a chance de escolher outro homem, qualquer um, no mundo inteiro, escolheria ele. E se pudesse inventar, criar alguém à imagem e semelhança do meu ideal, inventaria ele.




quinta-feira, agosto 11, 2005

Hoje a saudade deu um nó aqui dentro. Nó cego. Nó sem dó. E eu desatei a pensar em você. E me dei conta de quanto (e tanto), a minha vida tá amarrada na tua.

quarta-feira, agosto 10, 2005

Aí, ele me perguntou se tinha lido o blog hoje...

"Ela sentia o cheiro do mar. Sempre. Nasceu no extremo alto do país, na varanda de uma casa em frente à praia. A casa era branca, a areia também. Ela levou isso consigo a vida inteira. O Sol refletia nos seus olhos, o que lhe dava uma cara de eterna apaixonada, suas ações não conseguiam desmentir essa impressão. Falava baixo, mas escrevia de forma gritante, suspiros longos entrecortados com risadinhas abafadas era o mais comum no dialogo. Quando saiu de perto do mar, afinal sempre fora junto com o destino, ou vento, sempre era levada para onde quisessem leva-la. Tinha opinião sim, mas as pessoas não conseguiam enxergar. Quando chegou na casa nova ficou perdida, não conseguia sair do quarto, faltava algo muito importante. Faltava aquilo que sempre a guiava. Sempre fora obediente aos seus instintos e se baseava nos sentidos para poder viver. Foi tolhida. Faltava o que a sustentava nas andanças pela cidade, nos corredores do cinema, na grama das praças, faltava um cheiro e uma sensação de segurança que teve desde o primeiro contato que teve fora da sua mãe. Faltava a brisa."

Ronaldo Ventura

Esperando

Eu escrevo aqui enquanto não posso desenhar na sua pele.

terça-feira, agosto 09, 2005

E você não veio...

E por não ter vindo, me mostrou que não precisa vir, para estar. Assim, em todo lugar. O tempo todo. Desconfio que more aqui dentro. Cruzo os dedos pra que fique, descubra que sou um bom lugar. Desses em que a gente entra sem pedir licença, tira os sapatos, espalha as almofadas no chão e lê o livro preferido até pegar no sono. Mas, faço um esforço danado pra não pensar e não querer essas coisas pra nunca mais, porque você me fala sobre inconstância. E esquece que a inconstância só existe graças à constância das mudanças. Uma atrás da outra, uma atrás da outra. Numa seqüência sem fim. E, sem fim, você sabe, é pra sempre.

quinta-feira, agosto 04, 2005

Deus deve existir

Nunca houve presente mais bonito que o papel de presente do presente que eu te dei.

terça-feira, agosto 02, 2005

Por que?

Porque toda noite ele me abraça e me salva de mim mesma sem que eu precise pedir.