quinta-feira, dezembro 14, 2006

Eu passei tantas horas deitada na cama, olhando pro teto, tentando entender pra te explicar, que você não acreditaria. E conversei comigo mesma infinitas vezes, repassando a mesma história de trás pra frente, de frente pra trás. Procurei incansavelmente aquele ponto exato onde o que era deixou de ser e o que é respirou pela primeira vez. Desejei profundamente que você pudesse morar em mim por alguns minutos, pra sentir o que acontecia aqui dentro. Tive raiva, tive medo, tive todas as dúvidas. Todas. Rezei, me atrapalhei, me confundi, me compliquei. Não quis mais. De verdade. Não quis com toda força do pensamento. Só que meu coração é teimoso. Intuia, persistia, quase adivinhava e tinha toda razão. Por mais doido e doído que parecesse. Era. É. Eu não sei como, nem quanto, nem até onde. Mas eu, que sempre andei ao sabor dos ventos, agora tenho um norte e não quero me perder nunca mais.

quinta-feira, novembro 23, 2006

Porque todo fim é o começo de alguma outra coisa.
Só que a gente ainda não sabe o que é, meninalice.
Eu acho que ela vai continuar atravessando séculos e mares até encontrar o lugar mais bonito pra ser luz.
De lá, te ilumina.

terça-feira, novembro 21, 2006

Eu sou uma pessoa comum, uma menina como outra qualquer. Sendo assim, tenho sentimentos desses feios e que não têm nada de evoluídos como raiva, ciúme, inveja e podia continuar aqui uma tarde inteira... Sorte é que como toda ariana, sou de rompantes e da mesma forma que eles vêm, vão embora. Não sou de guardar rancor, não mesmo. Mas, sou de explosões. Dessas grandes. Que demoram a acontecer, mas acontecem. E é sempre inesperado porque tenho essa cara de boazinham. E até sou boazinha a maior parte do tempo (o que não é uma vantagem, acreditem). Mas isso não é uma constante, porque constância não sei o que é.

segunda-feira, novembro 20, 2006

E é uma inquietação sem fim. A pessoa não pode parar, não pode. Senão, é tomada por um monte de pensamento, sem pé, nem cabeça, mas que complica tudo de tal forma que putaqueopariu.
Faz calor em Ricife de uma maneira que vocês não têm noção, não têm. A vontade é de não sair de baixo do chuveiro jamais e ar-condicionado no talo, por favor.
Sábado, 7:30. Afinal, não é preciso acordar cedo e sempre se pode dormir um pouco mais. Rá.
Voltas na cama. Livro e música. Mas, nada feito.
Café da padaria e passeio a pé pela cidade, que é coisa que me agrada. Sim, eu sou doente e não, isso não é mais novidade.
Tudo tão bonito e tão colorido e eu tão serelepe brincando de tirar fotos. Pinto no lixo, como dizem. É feio pinto no lixo, né? Eu acho.
E derretendo ao sol.
Sem vontade de almoço, sem vontade de voltar pra casa, mas em algum momento é preciso.
Ainda bem que ela ligou chamando pra passear no Mercado de São José. Ainda bem.
Domingo foi dia de preguiça. Muita. Filme, computador e cama, cama, computador e filme. Não necessariamente nessa ordem.
A pisada foi essa até de noitinha. Aí, teve mais passeio, mais foto, mais sorriso espalhado e mais essa falta que não passa.
Contando os dias e fazendo listas, eu.
Pra terminar, só quero dizer que tem Monobloco sábado. Mo-no-blo-co. E daí pro México é uma pulo. Em frente toda vida, moça.

quinta-feira, novembro 16, 2006

Ela que é gueixa e é Alice, que orienta os meus passos no País das Maravilhas. Sabe que o Coelho é também Chapeleiro e toma chá no meio da tarde. Menina das cores suaves e nomes desconhecidos. Delicadeza. Origami que me dobra. Ela que canta baixinho, enquanto desenha o que fica atrás dos olhos. Negros. Águas calmas onde mergulho, enquanto ela voa.

(Que é pra ela não esquecer.)
Eu queria fazer um desenho bem bonito. Mas, rabisco e não alcança.
Isso muito me acontece. Achar que não é o bastante e querer ser mais.
Depois, me distraio e passa.
Tão cansada e desejada de tempo, sem nem saber exatamente pra quê.
Mas, os dias correm.
As horas passam devagar. Mas os dias correm.
Chega dá medo uma coisa dessas.
E já, já é Natal e eu não gosto dessa época do ano.
Prefiro fevereiro e Carnaval.
Quase preciso de Carnaval com todas as cores, to-das.
As minhas tão com ele, ali onde meu sorriso foi morar.
Ô lugar bonito, benza Deus.

terça-feira, novembro 14, 2006

Porque é assim, um desmantelo, um atropelo, um disparate. Tem a vertigem, o frio na barriga e o medo da queda. O jeito é soltar as mãos, fechar os olhos e gritar bem bem alto.

sábado, novembro 11, 2006

Deito na cama e rabisco teu nome no papel amarelo. A música é feliz, faz sol, mas aqui dentro mora um bichinho que diz "não". É que ele não gosta - ou talvez, não saiba - esperar e queria começar a brincadeira agora. Impaciente. Apressado. Cheio de vontade de vida. Feito eu.

sexta-feira, novembro 10, 2006

Eu queria segurar a tua mão e te levar pelos meus caminhos. Nada muito bonito ou pretencioso, que sou menina comum. Aí, a gente ia caminhar até os pés não aguentarem tanto chão ou os olhos cansarem de tanta paisagem. Ia ser um passeio silencioso, sabe? Vezequando, um ia olhar pro outro e rir, porque a gente é bobo. E tudo bem em ser bobo. Depois, ia sentar num banco de praça, na beira do rio, na areia da praia ou num café qualquer e falar sobre o que já não cabe aqui dentro. E eu teria que inventar palavras novas porque as velhas não servem mais, nem combinam com as tuas cores.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Tem o querer, mesmo quando você não quer. Não adianta respirar fundo, contar até dez, ir pra casa mais cedo, olhar pro outro lado. Ele continua lá. Mesmo quando não está. Fica no espaço que deixou, no vazio, na dúvida do que poderia ter sido, no quem-sabe-outro-dia. A consciência tranqüila, o coração apertado. O querer só vai embora quando quer, quando gasta, quando cansa. Até lá é essa agonia, esse destempero, esse fechar de porta e chorar até pegar no sono exausta.
Eu sou eu. Ele é ele.
Vezenquando, somos nós.
Eu, sem me perder de mim.
Ele, sem se perder dele.
Assim, um não se perde do outro.

terça-feira, novembro 07, 2006

É que eu sou pessoa de chegadas, não de partidas.

segunda-feira, novembro 06, 2006

E ela não dormiu uma noite inteira, tentando se convencer de que era errado. Deitada na cama, olhando pro teto e ouvindo as mesmas músicas de sempre, enumerou os motivos do porque não. Mas, o querer era tanto que enchia o pensamento de porque sim.
Sexta teve samba. Chorinho e samba. Lá no que antes era Garraffus e agora é Toca da Joana. Ainda não tinha ido desde que mudou de nome e de cenário. Achei tudo tão bonito! E porque sou boba e porque é muito amor, fiquei toda orgulhosa dele, que me deu todos os abraços prometidos e um nariz de palhaço. Volta pra casa antes da hora, porque eu queria era uma noite inteira. Mas, deu pra ouvir música boa e balançar prum lado e pro outro, feliz da vida. Senti falta das pessoas de sempre, apesar das pessoas novas. Eu me apego de tal forma, que. Sábado, tentei Forte das Cinco Pontas outra vez e outra vez, tava fechado. Desisti. Aí, a gente foi pra Casa da Cultura. Passeio, entra e sai de lojinha, “essa aqui é uma cela de verdade”, brincadeira com a caixa que não abre, lembrança de outras visitas, fotos, conversa boa e picolé de cajá. O que é picolé de cajá depois de anos e anos sem? Huuuuuuuuuuuum. Depois, Federal (porque era caminho!) e sessão nostalgia, porque. Castelo, que é visita obrigatória e o melhor lugar pra contar segredos. Cansados, voltamos pra casa. A minha. Teve filme, sorriso e dengo. Tudo muito, porque essa é a medida. Domingo, fui lá e vi a caixa de cores que vou ganhar de presente e vocês não têm idéia... Não, vocês não têm, porque nem eu. De lá, pra Olinda com crepe no final da tarde e a janela mais bonita da cidade. Queria ir embora mais não, nunca mais. O tempo podia parar ali, assim, pra sempre. Recife Antigo, maracatu pra todo lado, lua cheia no Marco Zero e Livraria Cultura. Aff.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Tô acordada há 36 horas e acho que não vou conseguir dormir nunca mais.
Eu, que andava com medo de gentes, desfiquei.
Por causa dela, principalmente. Mas por causa deles também.
Anna, Caio e Manel. As melhores companhias.
Ele, também. Mas, ele, eu já sabia.
Meu problema era com estranhos.
Moça da bolha que eu sou e ficando cada vez mais.
Aí, ganhei três abraços e sorrisos tão tão bonitos, que não teve jeito.
E a gente caminhou uma cidade e nem o sol a pino derreteu meu sorriso, que ficou ali, grudado.
Casa da Cultura, fechada. Forte das Cinco Pontas, fechado. Catamarã, ufa! E Marco Zero.
Daí, pra Olinda com direito a carona muito bem-vinda.
E Olinda, vocês sabem. O que é aquilo?
Fotos, no flickr. Lembranças, aqui dentro.
Quero deixar eles irem embora mais não.

segunda-feira, outubro 30, 2006

E eu sinto falta de alguma coisa que não sei exatamente o que é. O frio na barriga, o coração acelerado, os olhos vidrados. A vertigem. A intensidade. Mas, cansa ser intensa. Eu me abuso e paro. Preciso respirar devagar e sentir quietude, vezenquando. Penso que tudo podia ser mais fácil, se não escolhesse sempre a opção mais difícil. Acho que sou o meu problema. Mas, também acho que não sou um problema assim tão grave.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Ela lhe deu o coração e ele não soube o que fazer. Porque a gente nunca sabe o que fazer quando tem um coração na mão. Pensou em como ela era esquisita. Talvez, um pouco maluca. Se entregar dessa maneira! Isso não é normal, não é... Pensou que aquilo devia doer, arrancar o coração assim, sem qualquer pudor. Sentiu um calafrio percorrer a espinha, imaginando se ela ia querer o coração dele também. Não, não podia deixar que ela fizesse aquilo com ele! Era absurdo, inaceitável, doentio até. Sentiu raiva. Depois, olhou pra ela com um misto de desprezo e pena. Como é que ela faz isso consigo mesma? Como é que...? Foi embora. Não podia aguentar aquilo. Precisava ser inteiro e viveu pela metade.
Ela atravessou rios e pontes. Atravessou ruas e sinais vermelhos. Atravessou limites e crenças. Porque ele disse talvez. E porque ele disse talvez, ela foi. Ela não se importou com os quilômetros, nem com as horas. Não se importou com os medos, nem com as dúvidas. Não se importou com ela, nem com o resto do mundo. Porque ele disse talvez. E porque ele disse talvez, ela acreditou.

quarta-feira, outubro 25, 2006

Ele ri da minha cara séria e desse meu ar de quem pode começar a chorar a qualquer momento. Depois, me olha como se eu tivesse 5 anos e precisasse me explicar o mundo. Ele se distrai e passo horas olhando pro teto e achando que a vida não tem qualquer sentido. Ele grita meu nome, me abraça e traz os meus pés de volta pro chão. Sinto uma quase alegria. Ele não me deixa sofrer em paz.

terça-feira, outubro 24, 2006

E eu vou repetir em alto e bom som, de mim pra mim mesma, infinitas vezes, o quanto você não vale a pena. Vou aprender a achar graça dessa história toda porque sei que posso brincar com a minha dor. Vou ser egoísta assim, porque isso é o oposto da entrega que desenhei pra você. Vou falar sem parar, mesmo que precise inventar palavras, porque o silêncio me derrubaria de tal forma e preciso continuar de pé e correndo, correndo pra longe de mim mesma porque lá no fundo é você que encontro.
É triste uma história começar com as palavras mais bonitas e terminar com três pontinhos mixurucas, que nem têm a dignidade de um ponto final.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Eu quero coisas que não sei o nome.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Você joga a pedrinha na casa 01. Se ela cair no lugar certo, você vai pulando num pé só pra casa 2, 3, 4... céu e volta. Apanha a pedrinha no chão e pula pra fora. Sem pisar no traçado de giz. Aí, começa de novo, dessa vez na casa 02. Quanto mais perto do céu, mas difícil a pedrinha cair dentro do quadrado e mais provável você ter que parar e dar a vez a outra pessoa. O mesmo acontece, quando você se desequilibra, pisa na linha, põe o outro pé no chão ou cai. Eu sempre caio.

terça-feira, outubro 17, 2006

Ela falava sem parar. Amontoando toda espécie de palavras pra que ele entendesse que o que era antes não estava mais lá. Ele olhava pra ela, pensando em como ficava bonita com esse ar melancólico. Distraído, sorriu. Ela ficou em silêncio, como quem toma um susto. Começou a chorar. Uns olhos enormes se afogando em lágrimas. “Qué que tá acontecendo?” Ela pensou em derrubar os pratos todos no chão e gritar, gritar que tinha quebrado, acabado, rompido. Mas, não conseguia se mexer, não conseguia sequer falar. Os olhos dele grudados nela, congelando qualquer movimento. Ele levantou, beijou os lábios dela com gosto de sal e sorriu como quem compreende o sentido do Universo. Ela o odiou. Por 3 minutos inteiros. Depois, sorriu de volta e derreteu.

sábado, outubro 14, 2006

Foi como na vez em que me queimei. Segurei a assadeira quente e fiquei com o cabo dela desenhado na mão. Por 30 ou 40 segundos não me mexi, pensando no que fazer pra aliviar a dor. Aí, ele apareceu e eu comecei a chorar, compulsivamente. Depois a rir, na mesma medida. Porque chegava a ser engraçado me saber infantil assim. E reconfortante sentir que ele não se afastava, nem me afastava, por causa disso. Quando eu era criança, tinha medo de dormir sozinha. Mas tinha que dormir sozinha, porque não tem bicho papão no armário, ora! (como é que eles podiam saber, sem nem olhar?) E eu sentia aperto no peito tão grande quando a tarde ia chegando ao fim, que era quase desespero. E o tempo todo essa obrigação de seguir em frente, porque é isso que se faz. De me virar sozinha, porque as pessoas são hostis. De não sentir tanta dor, porque a vida continua. E foi assim por tanto tempo que passou a ser verdade, mesmo que não fosse tão verdade assim. Não aqui dentro. E aqui dentro é tudo que eu tenho. Hoje, ele chegou e comecei a chorar. Porque eu posso chorar e dizer que tenho medo, um medo medonho, que vai muito além de dormir sozinha. E fiquei pensando em como isso de sentir que se pode ser total e completamente o que se é, dá um alívio maior do mundo.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Eu não como quando tô agoniada, apesar de achar muito, muito gostoso aquele crepe de frango desfiado com catupiry.
Eu fico agoniada muito facilmente.
Eu tenho um celular que não funciona direito.
Eu tenho um nariz, que também não.
Eu não gosto quando já tenho o livro que me dão de presente.
Eu falo muita besteira e rio compulsivamente.
Eu mexo nos objetos em cima da mesa, porque não sei onde colocar as mãos.
Eu tenho medo de meninas pálidas de cabelos pretos, iluminadas por luzes fantasmagóricas.
Eu adoro suco de tangerina e tenho problemas com muitas opções.
Eu gosto de olhares e sorrisos e não acho doce muito doce enjoado.
Eu não sei lidar com gentes e deixo de fazer coisas que tenho vontade por causa disso.
Eu sou infinitamente boba.
Eu queria encontrar as palavras certas pra te dizer que.

segunda-feira, outubro 09, 2006

E eu quero te amar alienígena assim. Respirar o ar a sua volta e descobrir coisas que eu nem sabia que existiam. Me perder pra me encontrar ao teu lado. Num susto. Como quem acorda em outro quarto e não sabe onde está por 5 segundos. Quero encher esse vazio do teu sorriso, mesmo sabendo que não vai ser o bastante, porque nunca é o bastante. Quero te chamar pra dançar aquela velha música. Difícil é atravessar o salão e te alcançar.

quinta-feira, outubro 05, 2006

Ele é improvável, impróprio, imperfeito.
E só porque ele é assim, tão ímpar, quero que seja meu par.
E ele responde que não, sem nem saber o que ela vai perguntar, sem nem saber se ela vai perguntar.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Rabisco o teu rosto no papel. De tão leve, esqueço a tua mão sobre a minha e penso que esses traços são meus.

terça-feira, outubro 03, 2006

Eu crio labirintos e me enrolo no novelo que devia me salvar. Mãos e pés atados. Olhos bem abertos. Mas os olhos, você sabe, se encantam com a luz e se perdem.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Tem esse aperto no peito e uma quase-angústia. Das coisas sem nome, que eu podia chamar de. Mas é melhor não. Porque quando a gente enfeita o sentimento com letras, ele ganha uma concretude que é pra nunca mais. E eu tenho medo do que é pra nunca mais.

sexta-feira, setembro 15, 2006

Tu me chamas.
Eu te passeio.

sexta-feira, julho 21, 2006

Dos sonhos.

Ela roubou o que de púrpura havia na noite. Apagou as estrelas e pintou o céu de breu. Quando abriu os olhos, não viu coisa alguma. Foi engolida pela escuridão. Os pedacinhos de carvão espalhados pelo chão, viraram poeira embaixo dos seus pés. Pegadas pra lugar nenhum. Mergulhou dentro de si mesma, tentando encontrar o que restava de luz. Se é que havia.


quinta-feira, julho 20, 2006

1, 2, 3.

- Ontem, ganhei o primeiro pedaço do bolo, mas nem isso.
- Falta ânimo pra qualquer coisa.
- Sim, eu sei que tá tudo bem, mas.
- Por mais que eu preste atenção, nunca é o bastante.
- Sou muito filha da puta comigo mesma, sabe?
- Ah.
- Quero minha câmera de volta. Quero agora.
- Nem livros, nem filmes. E olha que livros e filmes!
- Não consigo arrumar a casa, mas fiz supermercado e isso já é um começo.
- Recife é uma cidade fria.
- Tiago acha que escrevo frases bonitas.
- Tem "será?" pra tudo que é lado aqui dentro
- Os seus sonhos fazem uma falta medonha na minha realidade.

quarta-feira, julho 19, 2006

Mais tópicos

- Depois de 3 dias de marasmo, a correria começa aqui na agência.
- Chegaram Vt´s da concorrência, daqueles barulhentos e agoniados, e só de pensar nas tantas vezes que vou precisar assistir cada um, já me dá dor de cabeça.
- Não sei mais escolher filmes. Não sei. Tô tentando e errando desde domingo. Será que vai ser assim pra todo e sempre? Medo.
- Quero comprar “Toda Mafalda” e é culpa tua, Ed, porque eu nem sabia e tava tudo bem. Agora, sou uma pessoa sem dinheiros e com (mais) esse desejo de consumo.
- Quase escolhi o desenho da minha tattoo. Quase. Sábado vou lá no moço saber se dá pra ser y otras cositas más.
- Hoje tem festinha de aniversário aqui na agência, vi que tem delícias na copa, mas sou pessoa que faz dieta e se acaba na esteira, enquanto os outros emagrecem. Nhé.
- Faz sol, mas ando meio cinza.

- Recife é uma cidade vazia e cheia de cafés.
- Tudo muito fora do lugar, mas eu preciso trabalhar assim mesmo.

domingo, julho 16, 2006

Em tópicos

- Domingo é um dia foda.
- Às vezes, fica tudo cinza, mesmo quando faz sol. Ou porque faz sol.
- Lua, agora tenho o CD do Metrô e ouço compulsivamente. Por tua causa, porque achei bonito, meu bem.
- Tentando começar a ler Neuromancer pela segunda vez. Acho que agora vai. Afinal, tenho que devolver mês que vem.
- As pessoas que
começam a fazer aula de dança, querem ensaiar os passinhos difícieis toda hora. Aí, pedem pra você copiar músicas latinas e se você demora um pouquinho, um pouquinho de nada, vão lá e compram.
- Eu não sei mais andar de escada rolante, não sei. Condenada - espero que provisoriamente - a escadas normais e elevadores.
- Descobri mais um café em Recife. O espumone já vem com chocolatinho e água com gás num copo americano dos pequenos. Quis tirar foto, mas a câmera só chega em agosto.
- Das coisas boas da vida: passar numa loja de importados, experimentar todos os perfumes que você gosta e ficar sentindo cheirinhos deliciosos cada vez que o vento sopra a pele.
- Preciso comprar um mouse novo. Preciso arrumar essa bagunça que tá a minha casa. Preciso tirar as coisas que ainda tão na bolsa rosa das Meninas Superpoderosas. Preciso de um monte de outras coisas, mas.
- E tá, eu não gosto de correntes, mas sempre há uma exceção. Pra falar a verdade, nos últimos tempos, exceção é o que não falta. Regra é que não sei mais o que é.
- Amor.
- Saudade.

sexta-feira, julho 14, 2006

Ausência

E nem uma cidade inteira é suficiente.

quarta-feira, julho 05, 2006

Em tópicos, porque não sei mais escrever.

Eu não sou boa guardadora de segredos meus.
Quanto mais me falta dinheiro, mais preciso gastar.
Talvez, mas só talvez, ele precise operar o olho outra vez.
Tenho vontade de ver Celina todos os dias, mas não tenho tempo jamais.
Sou quase uma pessoa bipolar.
Dormir cedo não impede que tenha muito sono e preguiça de manhã (viu?)
Ando mais musical, embora não me compare a dois dos moços mais queridos.
Recebi folha de plátano e bonequinha japonesa sãs e salvas, prometo tirar foto.
Não assisto mais filmes, nem leio mais livros.
Pensamento monotemático e zero de concentração.
É quase impossível trabalhar, mas sempre se dá um jeito porque.
Tô cansada de dar explicações, quero só colo e silêncio.
Confundo alergia com gripe mas, seja o que for, tá passando.
Nem o Chuva Plástica me salvou dessa vez.
Quero ir pra Garanhuns dia 22, quero.
2 dias.

segunda-feira, julho 03, 2006

Ah.

Ele rabisca números e palavras nas paredes de casa. Eu leio e meus olhos se enchem de luz.

sábado, julho 01, 2006

Entendimento.

E ela entendeu que o verbo amar se conjuga entre silêncios, suspiros e sorrisos. Porque as palavras se tornaram desnecessárias. Aquela antiga mania de dar nome às coisas, lhe pareceu desprovida de sentido porque o entendimento ia além do que se podia definir.

sexta-feira, junho 30, 2006

Feito gato.

Quero sete vidas e sete pra sempres.

quinta-feira, junho 29, 2006

E tem tanta coisa que eu queria contar.

Escrever assim, com todas as letras. Mas, vou deixando subentendido. Nem tão subentendido assim... Até que. Porque vai chegar uma hora em que a minha vida vai cansar de prender a respiração. Ah vai. E não demora. Não mais. Tá quase. Bem dizer, dobrando a esquina. E é uma alegria assim tão grande pensar nisso. Apesar da vertigem. Ou por causa dela. Vai entender.

terça-feira, junho 27, 2006

E eu espero.

Minha vida deitada na rede, vai-e-vem, sem sair do lugar.

segunda-feira, junho 26, 2006

Fora do lugar.

Às vezes você queria estar em outro lugar, por não querer estar onde está, sabe? Só que acontece também de querer estar em outro lugar, por achar que não existe outro no mundo. Onde você caiba de tal forma, que não falte, nem sobre. Um lugar assim, exato, como contorno da mão no papel. E você caminha e caminha e caminha, mas não chega. Isso dá uma angústia tão grande, que meudeusdocéu. Fica tudo fora do lugar, porque você tá fora do lugar. Personagem no cenário errado.

Histórias pra dormir.

E ela quase não respirava. Temia que um movimento mais brusco, fizesse o relógio voltar a tiquetaquear. Suspense. Transe na madrugada. Fechou os olhos porque o mundo a sua volta não existia. Os seus pensamentos se perdiam entre silêncios e suspiros, enquanto as palavras cortavam o ar. A voz dele era a música que ela queria dançar. E dançou. A noite inteira.

quarta-feira, junho 21, 2006

Pensando alto.

Porque essa ponte que me liga a você é feita de pensamento. É coisa que não se pode ver, mas tá lá. Existe. E não importa o tempo, nem a distância, porque vai além. É uma espécie de fio condutor, que prende, mas não aprisiona. É como vento no rosto, que arrepia a pele, mas não se pode tocar. De tão etéreo.

E chove.

Manda o sol mais pra cá ou eu empurro a minha janela pro teu lado?

terça-feira, junho 20, 2006

Porque ontem foi dia cheio, mas tudo faltava. Tudo.

Eu podia falar de tpm, mas ia ser mentira dessa vez. As milhares de coisas pra fazer aqui no trabalho, não bastaram. O passeio à Livraria Cultura, o encontro rápido com Marco de Carlota, o CD novo do Mombojó e a cidade bonita em dia de sol, não bastaram. A visita dela, a conversa séria com café e bolo quentinho, o anel roubado e o sapatinho de boneca, não bastaram. Falar com ele que sabe de vertigem, não bastou. Descobrir que posso cantar, também não. Nada alcança. Nesse mundo. E isso assusta. Mesmo.

segunda-feira, junho 19, 2006

E ninguém explica pra gente que pode ser tão difícil.

Que, entre o preto e o branco, existem milhares de nuances. Aí, a gente se perde. É, se perde. Se distrai um minuto e quando se dá conta, tá ali, no meio do caminho. Olhando pras possibilidades, sem saber em que direção seguir. Pensando que o próximo passo pode não ter volta e esquecendo que o próximo passo pode não ter volta. Olhos fechados e um sorriso de quem acredita. Porque é isso, sabe? Crença. Fé. Porque não é tangível, não se pode tocar, só acreditar ou não. E eu acredito, apesar de. A razão fica ali sobressaltada. Ah, essa ilha cercada de medo por todos os lados! E não tem manual de instruções, nem info-gráfico, nem conselho que dê jeito. Não, não tem.

(Segura a minha mão? E não solta, por favor)

sexta-feira, junho 16, 2006

O tempo não passa.

E eu precisava que. Porque a minha vida (também) prendeu a respiração. Tá esperando o dia de saber o que fazer. E esse dia demora. Aí, todas as possibilidades ficam rondando e me tiram o sono e me dão dor de cabeça. Sou pessoa que não sabe esperar (alguém sabe?). As decisões que precisam ser tomadas ficam ali, fazendo fila, olho pra elas e peço paciência.

terça-feira, junho 13, 2006

Flor carmim. Cardo que recorda ao pincel. O cimo das montanhas.


Ela que é gueixa e é Alice, que orienta os meus passos no País das Maravilhas. Sabe que o Coelho é também Chapeleiro e toma chá no meio da tarde. Menina das cores suaves e nomes desconhecidos. Delicadeza. Origami que me dobra. Ela que canta baixinho, enquanto desenha o que fica atrás dos olhos. Negros. Águas calmas onde mergulho, enquanto ela voa.

quinta-feira, junho 08, 2006

Pra ela, que é minha nêga.

Porque agora ela é moça trabalhadeira, faz ballet e viaja pro ridjanêro pra ver o menino dela. Aquele, da foto do pedalinho. Aquele, que fez ela sorrir ainda mais bonito. Só que ela esquece (e eu venho aqui lembrar) que when the days have gone grey, nothing´s wrong when Molly smiles... Ela, que é Molly. E me fez dançar uma música inteira e chorar 3 vezes assistindo o mesmo filme. O mesmo, vejam bem. Ela que é menina com uma flor e que ficou com os olhinhos brilhando na livraria, sem ninguém entender coisa nenhuma. Porque ninguém nunca entende coisa nenhuma. Ela que me desconserta. Minha menina 5 minutos. Minha mochila. A vigia da cabana, que mora numa caixa vezenquando. Ela que disse que o que eu queria mesmo era um Nando Reis pra mim e me fez rir feito boba. Porque ela sempre me faz rir feito boba e ri junto porque é tão inevitável. Completude ou, como aquele moço diz, ressonância. Tudo isso pra dizer que eu tô com saudade. Daquelas.

quarta-feira, maio 31, 2006

Meus passos

Porque tem esse lugar. Esse lugar onde meu pensamento mora e onde eu quero chegar. Ando, corro pra lá. Sem chão, vou voando.

Da minha montanha, o que vejo é.

Porque você tá ali, levando a sua vida de sempre e achando bom. Aí, de repente, muda tudo e você sente falta do que antes nem sabia que existia. Um vazio aqui dentro, sem tamanho e uma vontade sem medida, nem explicação. A vida na montanha russa é assim. Há vertigem. Ah, vertigem! Um suspiro atrás do outro.

terça-feira, maio 30, 2006

Tô de volta (mas, muito não)

Madrugada de sábado. Aeroporto de Salvador. Tá, eu devia saber o nome, mas. Chuva. Muita. Táxi e os olhos que não conseguem acompanhar tanta coisa nova de uma vez. Pousada em Itapuã. É, aquela da música. Mas, não passei nenhuma tarde lá, nenhuma. Sábado, Shopping Iguatemi, cartas e postais enviados. Depois, Igreja do Bonfim. Aquela das fitinhas. E teve lavagem, mesmo sem ser sexta-feira, porque aquilo era bem dizer um dilúvio. Tudo congestionado, ruas cheias d´água até chegar ao Mercado Modelo com direito à roda de capoeira (Pablo, não é tão diferente assim, mesmo). Almoço e vista para o mar. Cinza. E eu também, porque me faltava. Elevador Lacerda e a cidade vista de cima é ainda mais bonita. Parada no Aeroclube e volta pra casa. Casa? Domingo, Farol de Itapuã. Recados escritos na areia. Casa colorida onde eu queria morar. E olha que eu não queria morar em Salvador. Almoço na Barra, seguido de visita ao outro Farol. De um extremo a outro da orla. Uma viagem. Tudo é tão longe, sabe? Eu acostumada com Pina, Boa Viagem, Piedade, Candeias e Barra de Jangada. Nhé. À noite, Pelourinho e ensaio do Olodum. Ontem, o sol resolveu aparecer e quando o sol aparece, muda tudo. Mais cores e eu gosto de cores. Passeio e sorvete pelo centro. Mais Pelourinho, mais Mercado Modelo, mais Elevador Lacerda. Uma horinha naquele café porque não dava pra evitar. Ah, acho que foi isso. Assim, resumidamente, que agora tô aperfeiçoando esse talento pra resumir historionas.

Chegada em Recife às 8:40 de hoje. Mas, a verdade é que eu não tô aqui.

quinta-feira, maio 18, 2006

Porque ela é Alice

E tem aqueles olhos grandes que parecem querer ver o mundo todo de uma vez só. Tem fome. De vida. Olhos assim, feitos de noite. Mas, quando ela sorri, ilumina. Um sol todinho guardado lá dentro. Onde mora a fada. De cabelos vermelhos e asas de todas as cores. Feito ela. Só que as asas dela, a gente não pode ver. Ficam escondidas embaixo do vestido florido. Aquele, preferido.

quinta-feira, maio 04, 2006

Dos últimos dias

Porque tem essas fases em que tudo se complica ou a gente complica tudo. Vai saber. O fato é que li aquele e-mail, que não era pra mim e quis que fosse, de tão bonito. Tá, inveja é coisa feia, mas foi o que senti. Inveja branca, porque gosto tanto dos dois, mas ainda assim. Aí, quando tava melhorando, quando tinha tido dia tranquilo depois da correria medonha de semana que começa com feriado: crítica. E não sei lidar bem com críticas (Alguém sabe?). Principalmente, quando sinto que me esforço e tento e tento, mas nunca é o bastante. Queria que o fato de saber que nunca é o bastante, bastasse. Mas, não é assim e dói. Uma dorzinha chata que não chega a impedir que se faça qualquer coisa, mas incomoda. Muito. Ah. Também teve conversa com a moça saudosa e vontade de cuidar. Teve segredo indo e vindo. Teve aquele sorriso que gosto tanto e meu nome esticadinho. Teve visita e conversa boa. Teve filme, um bocado de filme. Teve momento Padawan-que-não-pára-de-falar (e preciso pensar sobre isso e escrever sobre isso e). Mas aí, não tem jeito, a cabeça volta pro momento difícil aí de cima e fica tudo putaquepariu, quero mudar de vida.

Ela disse que meu blog é misterioso e acho que tem razão.

segunda-feira, abril 24, 2006

Pra ela. Mas, bem que podia ser pra mim.

E você quase não me olhou nos olhos. Falou alto e fez piada. Era como se eu não estivesse ali, coisa de menina insegura. Assim, como eu. A diferença é que me calo e você tem todas as respostas. Mas, no final das contas, é tudo a mesma coisa, o mesmo medo ou sei lá o quê. Era tão óbvio o seu não querer. Estar e ser, ali e você. Eu amei exatamente o que ficou guardado, o que só pude adivinhar. Amei uma promessa de você. Mas, também senti pena, um aperto danado no peito, por saber que talvez, e só talvez, nunca seja.

quinta-feira, abril 06, 2006

Da menina

E ela batia portas para não enlouquecer, não gritar, nem bater em ninguém. Só que nunca havia portas suficientes.

sexta-feira, março 17, 2006

Minha menina

Aí, ela se fantasiou dela mesma pra que todo mundo pudesse ver que é feita de todas as cores. Minha menina azul e toda colorida. Dona do meu abraço e do meu amor. A minha mochila, que vai comigo aonde for. Porque eu te levo. Porque pra sempre. Porque não sou boa com gentes, mas tu entende e me leva contigo. Aí, lavo teu cabelo e faço info-gráficos. Tu canta pra mim e lê o mesmo texto quinhentas e trinta e duas mil vezes, só preu ver se combinei as palavras direitinho. Sou tua Catarina. E isso é o que sei, mesmo que não saiba de mais nada nessa vida.

sexta-feira, março 03, 2006

Dias cinza

Choveu a noite inteira. E fiquei até bem tarde ouvindo os carros deslizando na pista molhada, enquanto terminava de ler aquele livro bobo. Depois, me distrai vendo ele dormir. Cabelo espalhado no rosto e um quase sorriso. E senti saudades antecipadas. E me perguntei como é possível sentir saudades depois de passar mais de 120 horas com alguém. E me perguntei como é possível sentir saudades sabendo que a pessoa vai ali e volta já. E me perguntei um bocado de outras coisas, dessas inconfessáveis. O dia amanheceu, que eu nem vi. Cinza. Mas, continuo colorida, apesar de.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Hora do almoço

- Tu vai trabalhar assim sem parar?
- Hum rum.
- E se tu endoidar?
- Eu vou ser livre.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Profundidade X Extensão

E não tem como não pensar em como é que essa menina, que chegou agora na vida, já guarda uma tristeza tão grande. Acho que não tenho profundidade suficiente pra entender. Lembro que ele disse é porque sou mais extensão. Devo ser. E deve ser por isso que a dor do mundo não cabe aqui dentro. Pelo menos, não por muito tempo. Sufoco. Fico sem ar. E eu preciso respirar.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Janeira

"O calor tá na pele da mauritzstadt, no mormaço que chega com o hálito doce, meio caiano, meio salobro. É a cidade que respira, que faz calçada do crepúsculo, por sobre as esquinas sujas, além dos assaltos e vidros fechados de metrópole caótica, no leito do rio que reflete um segundo céu entre o Paço e o cais.

Minha cidade - que não é natal; fatal! - é mulher que se vê ainda menina, com todas as vantagens e atropelos do fato. Talvez por isso nossas meninas sejam tão sinuosas e amarelo-brilhantes quanto linha de praia e calçada e sol de Fevereiro, da Boa Vista à Boa Viagem.

Recife é fosforescente ao meio-dia.
Ela, também"

Presente do Coelho Branco, que depois de escrever uma coisa dessas, me deixa devendo uns num-sei-quantos-mil tarecos.

sábado, janeiro 28, 2006

Assim, sem nuvens

É que meu dia teve dois sóis e ainda não anoiteci.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Nas pequenas coisas

Não tem jeito. Ele gira a chave da porta e abre um sorriso no meu rosto.

Azul daquela cor

A noite tem chegado de mansinho. E nessa hora do dia é inevitável sentir melancolia pelo que foi e pelo que não. E saudade. Saudade apesar de. Vindo pra cá, lembrei de passeio na Rua da Aurora que terminou com conversa dessas que doem. Lembrei que mostrei o céu no azul exato ainda mais bonito do que nas outras tardes todas. Vai ver que era um preságio e eu nem sabia.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Volta

E foi estranho voltar. Encontrei tudo fora do lugar. Descobri que quem tava fora do lugar era eu. Fiquei ali, parada. Olhando pros papéis, mexendo no computador. Perdida num lugar que era meu. O que é que eu tava fazendo ali? O que sempre estive fazendo ali? E isso era pergunta e resposta.

Ainda ontem

A gente acordou depois das 10h, imaginando se não era tarde demais, imaginando se eles viriam mesmo. Vieram. E teve festinha na piscina. Sol, calor e cerveja. Tudo assim: muito. Ele ficou tão feliz e isso foi bonito de se ver, porque nunca mais. Senti tanto amor e vontade de pra sempre, de vida reta e simples, de me sentir em casa e achar que não existe lugar melhor. Aí, era um tal de sorriso indo e vindo, beijo e abraço. E ele me perguntando se eu tava gostando e eu pensando que não havia jeito de não gostar. Depois, feijoada delícia e fotos, muitas fotos. Momento Briza-na-berlinda e frio na barriga. Mas, acho que me saí bem porque na sequência ouvi elogios e confissões. Garganta aperta e não, não vou chorar. O tempo todo aqueles olhinhos em mim. Cuidado e carinho. Eles foram pra Olinda porque já é Carnaval e porque viajam semana que vem. Eu e ele, cama e preguiça. Dia feliz.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Aline Jobim


Porque o abraço dele era porta fechada do quarto. Blindado. E nem todas as armas e armadilhas podiam alcançá-la dentro daqueles braços. O mundo e o medo ficavam lá fora. E os pensamentos que sussurravam ameaças ao pé do ouvido iam silenciando a cada batida do coração. Dele, que era dela. Quando algum sentimento perigosamente falava mais alto, ela o apertava ainda mais forte, como se tentasse atravessar de uma pele pra outra e deixar a sua vida ali perdida na dele.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Hoje

Café da manhã na padaria. "Vai logo, que a moça tá avexada". Ele me dizendo que devo cuidar mais de mim e deixar o resto pra lá. O resto pra lá, então. Karina Buhr passando perto do Forte das Cinco Pontas. Eu lembrando dela e achando graça da pequenice do mundo. "Louça no café, José no portão. Do lado de cá, não tem solução". Parada pra pegar filme. Parada pra comprar comidinhas gostosas. Leitura à beira da piscina. Vozinha doce e sorrisos indo e vindo pelo telefone. Sol aparece e mergulho. Penso que não deu pra ensiná-la a boiar. Penso que não deu pra um monte de coisas. Páro de pensar e derreto. "Tem eu panela de pressão"

terça-feira, janeiro 10, 2006

Constatação

Nem sempre o fim das coisas é uma notícia ruim. Dessa vez, não é. Tiro uma tonelada das costas e caminho mais leve. Olho outra vez pra margem do rio e gosto do que vejo. Tudo cheio de amanhecer. Um sol inteirinho nascendo aqui dentro, junto com aquele sorriso que começa nos olhos. Eu trancada no quarto, tentando montar quebra-cabeças e chorando de angústia, acabou. Não, não existe mais. Doeu. Porque a consciência da finitude das coisas, dói. Mas também alivia, abre portas e janelas. Agora, vai.

terça-feira, janeiro 03, 2006

Ah, se você...

E eu podia falar de todas as coisas que ando pensando e sentindo, mas você não ia entender, porque nem eu. E porque você, você tá em outro país, flanando. E nem se eu ficar na ponta dos pés consigo alcançar. Não. Nem assim. Porque antes de chegar até você, tenho que passar por. E isso, meu amor.. Isso, nem meu amor. Aí, fico grudada no chão. Não consigo me mexer. Nem ir, nem voltar. Se pensar bem, não há mais pra onde. A cidade inteira cabe num apartamento que e é tão pequeno, mas tão pequeno. Abro as janelas, todas e espero.