quinta-feira, outubro 26, 2006

Ela lhe deu o coração e ele não soube o que fazer. Porque a gente nunca sabe o que fazer quando tem um coração na mão. Pensou em como ela era esquisita. Talvez, um pouco maluca. Se entregar dessa maneira! Isso não é normal, não é... Pensou que aquilo devia doer, arrancar o coração assim, sem qualquer pudor. Sentiu um calafrio percorrer a espinha, imaginando se ela ia querer o coração dele também. Não, não podia deixar que ela fizesse aquilo com ele! Era absurdo, inaceitável, doentio até. Sentiu raiva. Depois, olhou pra ela com um misto de desprezo e pena. Como é que ela faz isso consigo mesma? Como é que...? Foi embora. Não podia aguentar aquilo. Precisava ser inteiro e viveu pela metade.