terça-feira, agosto 07, 2007

Amuada

Há alguns dias já. Não é coisa de toda hora, mas é um aperto aqui dentro, mesmo quando tá tudo bem, mesmo nos momentos de amor e euforia. E eu queria te dizer isso. Mas, não posso. Porque tu vai me dizer que não precisa ficar triste. Como se fosse coisa de precisar, sabe? É não é. E eu até podia enumerar motivos, mas quero não. Tô cansada e não adianta. O exame que mais me preocupava, deu ok e senti um alívio maior do mundo. Liguei pra tu assim que soube, mas não consegui te falar. É ruim quando não consigo te falar. E as impossibilidades vão além das práticas. Aí, eu deixo pra lá. Tenho deixado muito pra lá, muitas vezes. E tu nem adivinha. Eu queria que tu me adivinhasse. Eu queria tanta, tanta coisa. Eu queria não ter que ir na médica hoje, nem ter uma razão a mais pra me preocupar. Penso que vai ficar tudo bem. De verdade. E vou fazer o que for preciso, seja lá o que for. Porque é assim que tem que ser. É assim que acho que tem que ser. Embora, eu saiba que não sei mais é de nada. E me espanta ver tanta gente tão cheia de certeza de tudo. Por enquanto, vou sorrindo assim como se nada. Mas, tô meio quebrada por dentro. Me consertando um pouquinho todo dia e me arrebentando outro tanto ali na frente. É da vida.