quinta-feira, junho 07, 2007

A curiosidade dela parecia fome.

A curiosidade dela parecia fome. Fazia doer o estômago e atormentava o juízo. Por isso, gostava tanto de deitar a cabeça no colo dele e ouvir teorias mais infundadas. Se alimentava das palavras e do silêncio entre elas. Às vezes se distraia com uma idéia, que invadia o pensamento e levava a atenção pra outras bandas. Então, ele se calava. Ficava admirando os olhos dela, perdidos em mares por ele nunca navegados. Será que um dia chegaria lá? Será que alcançaria o centro daquele universo? Temendo que não, beijava a boca entreaberta da menina que borboleteava sem tocar o que havia de mais profundo dentro de si mesma. Ela ria e inspirava o ar do momento. Não queria se perder do presente, mas cansava, facilmente, de tanta realidade.